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22/11/2019 05:36:03

Aojustra recebe mais uma crônica para o concurso sobre o dia a dia do oficialato
Prazo para envio de textos está encerrado e premiações acontecem na próxima quinta-feira.

A Aojustra recebeu, nesta última semana, mais uma crônica para o concurso sobre o dia a dia do oficialato. No total, 37 textos concorrem às premiações que serão entregues durante a Confraternização de Final de Ano, marcada para a próxima quinta-feira (28) no bar Salve Jorge do centro de São Paulo.

Os textos foram remetidos por Oficiais de Justiça de todo o Brasil e têm o objetivo de registrar a atividade através de histórias reais que podem ser engraçadas, sensíveis, inusitadas ou até sobre os riscos enfrentados no cumprimento das ordens judiciais. 

Os cinco primeiros colocados serão contemplados com uma viagem para Colônia de Férias em Caraguatatuba conveniada com a Associação, além de outros prêmios que serão entregues aos participantes no bar Salve Jorge.

Intitulado “Sempre no posto”, a crônica recebida nesta semana é uma contribuição da Oficial de Justiça Marli Aparecida Perim. Confira:


Sempre no posto
Por Marli Aparecida Perim


Em jurisdições menores, Alto Tietê, o tempo vai passando e os executados vão se tornando conhecidos, repetidas as execuções, diversas as razões sociais do mesmo estabelecimento, penhora livre, boca do caixa, faturamento, mudança de quadro societário, suspensão temporária de atividades, vida seguindo.

Num destes estabelecimentos, fornecedor de combustível, procedi penhoras inúmeras. O "dono" do lugar tinha uma rede de estabelecimentos nas cidades vizinhas, mas sempre em nome de outros. Na década passada, um mandado na boca do caixa levou semanas para o cumprimento, o "dono" figurando como depositário nos mais de 20 autos. A alegação de mudança de sócios para fugir da execução foi sendo sistematicamente utilizada,  os frentistas entregando: - o dono de verdade é o mesmo...a dona é fachada...- assim se referiam às novas proprietárias junto a comentários preconceituosos em relação a escolha de orientação sexual delas, mas o "dono" foi desaparecendo do lugar. De sucessão em sucessão as penhoras continuaram e os anos foram passando. O imóvel sobre o qual funciona o estabelecimento também foi  objeto de penhora.  

Fim  de tarde, há poucos dias, lá fui entregar um auto de penhora em faturamento. Eis que o "dono" estava lá, tomando uma cerveja, cordão de ouro no pescoço, próximo ao balcão de pagamentos. Dirigiu-se a mim aparvalhado: mas a senhora continua por aqui? Não se aposentou ainda? Respondi: ainda não, e, pelo visto, o senhor também não se aposentou e continua "dono" por aqui.


Da assessoria de imprensa, Caroline P. Colombo