Notícias

224 visitas
30/05/2019 16:49:01

Aojustra divulga duas primeiras crônicas participantes do Concurso sobre o dia a dia do oficialato
Objetivo é registrar o trabalho do Oficial de Justiça no cumprimento dos mandados.

A Aojustra lançou, no último dia 9 de maio, um concurso de crônicas sobre o trabalho na execução dos mandados. A proposta surgiu em parceria com a Oficiala aposentada Ane Galardi que teve a ideia de escrever um livro em conjunto com os Oficiais da 2ª Região.

O intuito é registrar o trabalho do Oficial de Justiça, através de histórias reais que podem ser engraçadas, sensíveis, inusitadas ou até sobre os riscos enfrentados no cumprimento das ordens judiciais. “Com isso, além de trocarmos experiências, podemos alertar os Oficiais de Justiça mais novos quanto a algumas situações e, também, informar aos leigos sobre o nosso papel na sociedade”, afirma Ane.

Para participar, o Oficial de Justiça deve enviar a crônica para os e-mails aojustra@outlook.com e ane.galardi@gmail.com. É importante que o texto esteja devidamente identificado com o nome completo do autor, bem como a lotação e um número de telefone para contato. “Vamos analisar a quantidade de crônicas recebidas para, quem sabe, conseguirmos implementar a ideia da elaboração de um livro sobre o trabalho do oficialato”, afirma o presidente Thiago Duarte Gonçalves.

O prazo para participação no concurso da Aojustra termina em 10 de agosto. 

Conforme divulgado anteriormente, os textos recebidos serão divulgados nesta página eletrônica. Abaixo, a Aojustra divulga duas crônicas recebidas: 


P no C
Por Ane Galardi (Aposentada)


Era um dia como outro qualquer e eu levava uma intimação de sentença a um estabelecimento comercial.

Ao chegar no local, fui recebida pelo sócio, me apresentei como Oficial de Justiça e ele, de pronto, falou: “Ah, é você mesma que vai me ajudar a tirar essa pica do meu cu.”

Foram alguns segundos, mas parecia uma eternidade o que passou pela minha mente: Dou voz de prisão? Chamo a polícia? Vou à farmácia comprar vaselina? Até cheguei a me olhar para ver se estava vestida corretamente e estava toda arrumadinha, até com um lencinho chique no pescoço.

Bom, aí como costuma ser do meu feitio, resolvi perguntar: Qual é o seu problema?

O problema do moço da pica entalada era ter recebido a citação inicial do processo como se fosse sua, porque o nome fantasia do estabelecimento dele era o mesmo que de um outro estabelecimento em Uberlândia que havia fechado, mas um comércio não tinha vínculo nenhum com o outro e, como ele engavetou a citação e não compareceu à audiência, o juiz o condenou na ação que ele não deveria ter feito parte. Ou seja, quem entalou aquilo nele foi o próprio!

Esclareci que ele deveria arguir nulidade no processo, juntando seu contrato social desde a constituição da empresa e alterações posteriores, alegando que não havia responsabilidade da sua empresa naquela ação.

Ele fez isso, soube depois, quando fui lhe entregar outra citação, esta certa e de um outro caso, e ele me explicou que fez o que eu disse e o juiz reconheceu que não havia responsabilidade da empresa no caso.

Bom, descobri que não sou especialista no assunto tratado, mas com um pouco de boa vontade, conhecimento jurídico e sem vaselina, consegui retirar o que o incomodava.



Pé de Pano
Por Fábio Silva Cardoso (30ª VT de SP)


Eu tinha um mandado de penhora livre para cumprir num apartamento, mas o executado nunca estava e não retornava meu contato. Então resolvi chegar em um dia bem cedo no apartamento diligenciado e pedi para não ser anunciado na portaria. Assim, que bati na porta do apartamento eu ouvi uma voz masculina perguntando quem era. Identifiquei-me, mas a mesma voz ficou muda depois e quem abriu a porta era a esposa do executado. Expliquei a ela sobre o mandado e perguntei onde estava o executado. Ela me respondeu: "ele não está". Logo, perguntei em seguida: "então de quem era a voz masculina que me atendeu?". Ela respondeu: "a minha vida particular não te interessa". Aham tá! Era óbvio que era o executado. Adentrei no apartamento, ele continuou escondido, certifiquei que somente havia bens de médio padrão de vida e fui embora fingindo que acreditei na história do pé de pano.

Da assessoria de imprensa, Caroline P. Colombo